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VALORES: PILARES FUNDAMENTAIS DE UMA EMPRESA!

É inegável que toda empresa tem, de forma explícita ou implícita, o seu sistema de valores. De um certo tempo para cá, ficou muito comum que elas oficializem as suas preferências, os seus direcionadores, os seus norteadores, através de declarações públicas de visão, missão e valores.

Quando se olha para isso, com um olhar de gestão estratégica, verifica-se que a preferência por tais princípios, explicitados nestas declarações, precisa e deve ser referência para os seus processos negociais.

Tornar público as suas preferências, as suas escolhas, é o ponto de partida e o produto final da construção de uma história de relacionamentos que geram, de fato, resultados efetivos e úteis. Nessa história, são personagens os constituintes dos negócios, os recursos humanos, clientes, fornecedores, entidades reguladoras, consumidores, comunidades e o público em geral.

Isso é muito sério e cabe, diretamente, aos acionistas, os constituintes do negócio, diretamente ou através de seus representantes, fazer validar suas propostas/preferências.

Mas, muitas organizações e muitos líderes tem alta dificuldade – que acaba se tornando resistência – em praticar o que proclamam e declaram. O valor “confiança”, por exemplo, é um deles. É comum vê-lo sendo distorcido num sistema paternalista onde a lealdade substitui a racionalidade. Com o valor “comprometimento” também, muitas vezes, acontece algo semelhante. Ele não se trata de exaustão física e/ou psicológica, mas, sim, daquele sentimento de se dar o melhor na busca e no alcance de um objetivo, de um resultado de/com excelência.

Faz todo sentido dizer que as organizações são geridas, de fato, de fora para dentro, pois sua legitimidade só se estabelece firmemente, quando elas oferecem aquilo que a sociedade demanda, necessita e espera. As organizações, de fato, cumprem o seu papel, quando produzem resultados, em todas as suas formas, que impactem positivamente toda a sociedade e todos os seus agentes que a formam. Isso não é utopia e, sim um direcionador, que deve ser olhado e considerado com toda a atenção e cuidado.

Neste século XXI, a noção de demanda da sociedade está passando por um profundo processo de transformação e mutação. Recentes e rumorosos exemplos veiculados na mídia, mostram que não mais se admite que uma empresa seja líder de mercado e, simultaneamente, adote trabalho escravo ou análogo, que descuide das questões ambientais e que despreze a opinião de seus consumidores. Fica evidente que modelos de negócios – ou econômico-sociais – até então dominantes, estão entrando em processo de fadiga e de colapso.

 As organizações, a meu ver, tornaram-se a mais importante forma de agregação humana em busca de resultados. É nesse ambiente, portanto, que afloram as raízes da convivência entre as pessoas e os pressupostos dos seus comportamentos.

Nesse sentido, cabe aos acionistas e principais gestores, promoverem a congruência de valores e, principalmente, aplicar os valores em todos os momentos e, em especial, em recortes específicos, como por exemplo, na relação com seus colaboradores.

É muito comum encontrarmos Declarações de Missão, Visão e, em especial, de valores, atributos como: participação, paixão, integridade, confiança, excelência, comprometimento, espírito de equipe, etc. São excelentes, mas, ao defini-los, é preciso estar bem consciente e ter bem presente que, muito fortemente, os valores devem – pelo menos deveriam – expressar para os investidores, colaboradores, clientes, fornecedores e sociedade/comunidade em geral, tudo aquilo que diferencia a organização, no âmbito de sua missão, sua visão e/ou aspirações, como ela se comporta, como ela toma decisões, enfim, como ela age no individual e no coletivo.

Dada à toda essa importância, é extremamente ruim e prejudicial, quanto acionistas e/ou gestores de empresas delegam à consultores e/ou especialistas em marketing, a tarefa de redigirem e divulgarem propostas convenientes. Quando isso acontece, prejudica-se e perde-se a essência, sacrifica-se a verdade e premia-se a perda da seriedade e, por fim, da confiança. E, nesse estágio, é comum se ver, de forma evidenciada nos comportamentos, a presença da entropia, conceito que tomo emprestado da Física e que, resumidamente, significa a desordem e a desorganização de um sistema.

Já no estado de “entropia organizacional” a decorrência normal é que se ocorram prejuízos de toda sorte, causados por comportamentos desprovidos de significado e propósito por parte das lideranças, afetando, negativamente, performances e resultados.

Portanto, nota-se o quão imprescindível é, para os criadores e/ou gestores dos negócios e organizações, a criação e a prática de todas as formas de alinhamentos, em especial os de ordem pessoal, estrutural, de valores, de missão e de visão. E isso, via de regra, requer, também, uma transformação cultural, com todos os seus desafios. Mas é preciso avançar nesse sentido.

LUIZ CARLOS JACA – Conselheiro e Consultor.
                                                             11/03/2023

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